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quarta-feira, 19 de novembro de 2014

As Quartas Com os Outros

Se, por ventura, me perguntassem casualmente se concordava com a nova taxa imposta sobre os sacos de plástico eu diria “Sim! Concordo plenamente!”. Todos nós admitimos que o saco de plástico é um bem essencial para transportar outros bens essenciais, está certo. No entanto, dávamo-nos ao luxo de aproveitar sacos gratuitamente, há sete anos atrás, sem nos preocuparmos com o lixo e poluição para que estávamos a contribuir, inclusive para o nosso bem-estar e para a nossa saúde.

Analisemos os factos: 20 mil toneladas de CO2 são emitidas devido a outras 13 mil toneladas e sacos depositados em aterro (que demoram anos a decompor-se!), já para não falar que 70% do lixo marinho é causado pelos 8 mil milhões de sacos que acabam no lixo comum (…) não será já tanto número para a nossa cabeça? Se calhar poderá ser reduzido se todos nós formos sensíveis no que toca à questão do ambiente. Afinal, respiramos o mesmo ar e ainda temos de levar com a poluição dos outros enquanto uns se preocupam, e respeitam, o ambiente e outros não estão para aí virados afirmando que “A taxa que eu pago para a recolha do lixo é muito pesada, por isso não tenho de fazer o trabalho a ninguém!”, quantas vezes eu já me fartei de ouvir isto. Não é só a saúde do planeta mas sim a nossa também.

Portugal é o país que utiliza mais sacos do que o resto da União Europeia.

A comissão para a reforma fiscal verde quer reduzir o consumo de sacos de plástico impondo uma taxa de 0,08€ mais IVA, ou seja, cada consumidor pagará 0,10€ por saco a partir de 2015. Quando eu trabalhei como operadora de caixa num supermercado, havia clientes indignados que se fartavam de reclamar comigo por terem de pagar saco, visto que iriam fazer publicidade ao estabelecimento. Tudo bem, até podem ter a sua quota-parte da razão, mas vamos colocar os pontos nos Is. Em 7 anos, o Pingo Doce reduziu o consumo em 55% e os clientes usam menos de metade dos sacos de plástico desde que os pagam.

As pessoas preferem usar os sacos reciclados ou reutilizáveis, uma escolha verdadeiramente inteligente em tempo de crise. A decisão de deixar de ceder sacos de plástico gratuitamente surgiu inserida numa política de sensibilização dos clientes para a importância da reutilização dos sacos. O governo espera arrecadar 40 milhões de euros no âmbito da reforma de fiscalidade verde e para ser cumprida esta meta cada consumidor terá de consumir 50 sacos por ano, um número bem sensato quando comparado com os 466 consumidos, per capita, anualmente.


Por isso, por favor, quando for às compras não se esqueça de levar sempre na sua carteira pessoal ou na bagageira do carro, pelo menos um saco reutilizável ou reciclado. Evite acrescentar sacos de plástico à sua lista de compras porque serão, pelo menos, mais dez cêntimos (desnecessários) na fatura final. Seja amigo do ambiente e da sua carteira porque é dinheiro que, no fim de contas, já não acaba por ir parar ao lixo.



Andreia Lucas

20 anos
Marinha Grande
Estudante de Comunicação Social Educação Multimédia

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