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quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

As Quarta Com os Outros

Uma "nova" forma de viajar

Lembro-me de ouvir falar em 'andar' à boleia. E na minha ingénua mente isso era algo do tempo dos meus avós. Isso ou actos de rebeldia.

As pessoas mudam e as suas convicções também. 

Há uns meses disseram-me 'tens de andar à boleia aqui' [aqui Roménia]. Imediatamente conotei o rapaz de 'louco'. O certo é que em menos de uma semana juntara-me aos 'loucos'. Quando dei por mim, estava no 'meio' da estrada com um cartaz que tinha escrito “Șiria” de polegar estendido e com mais três amigos. Não demorou 5 minutos até parar um romeno, que não falava inglês. Mas falava italiano, um dos meus amigos era italiano. Eles entenderam-se. Passados 45 minutos chegamos ao destino. Como diria esse italiano 'este não é o verdadeiro “hitchhiking”, mas é um começo'.

Esta foi só a primeira de muitas viagens. Loucura ou coragem? Um pouco de ambas, diria. Mas sem dúvida uma experiência fantástica, que já me levou a várias cidades. Na Roménia é um 'meio de transporte' para os romenos e para os voluntários. Em Portugal? Nada melhor que experimentar, companhia já tenho.


Ana Raquel Francisco Matoso
22 anos
Caldas da Rainha
Licenciada em Jornalismo

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

As Quartas Com os Outros

Se, por ventura, me perguntassem casualmente se concordava com a nova taxa imposta sobre os sacos de plástico eu diria “Sim! Concordo plenamente!”. Todos nós admitimos que o saco de plástico é um bem essencial para transportar outros bens essenciais, está certo. No entanto, dávamo-nos ao luxo de aproveitar sacos gratuitamente, há sete anos atrás, sem nos preocuparmos com o lixo e poluição para que estávamos a contribuir, inclusive para o nosso bem-estar e para a nossa saúde.

Analisemos os factos: 20 mil toneladas de CO2 são emitidas devido a outras 13 mil toneladas e sacos depositados em aterro (que demoram anos a decompor-se!), já para não falar que 70% do lixo marinho é causado pelos 8 mil milhões de sacos que acabam no lixo comum (…) não será já tanto número para a nossa cabeça? Se calhar poderá ser reduzido se todos nós formos sensíveis no que toca à questão do ambiente. Afinal, respiramos o mesmo ar e ainda temos de levar com a poluição dos outros enquanto uns se preocupam, e respeitam, o ambiente e outros não estão para aí virados afirmando que “A taxa que eu pago para a recolha do lixo é muito pesada, por isso não tenho de fazer o trabalho a ninguém!”, quantas vezes eu já me fartei de ouvir isto. Não é só a saúde do planeta mas sim a nossa também.

Portugal é o país que utiliza mais sacos do que o resto da União Europeia.

A comissão para a reforma fiscal verde quer reduzir o consumo de sacos de plástico impondo uma taxa de 0,08€ mais IVA, ou seja, cada consumidor pagará 0,10€ por saco a partir de 2015. Quando eu trabalhei como operadora de caixa num supermercado, havia clientes indignados que se fartavam de reclamar comigo por terem de pagar saco, visto que iriam fazer publicidade ao estabelecimento. Tudo bem, até podem ter a sua quota-parte da razão, mas vamos colocar os pontos nos Is. Em 7 anos, o Pingo Doce reduziu o consumo em 55% e os clientes usam menos de metade dos sacos de plástico desde que os pagam.

As pessoas preferem usar os sacos reciclados ou reutilizáveis, uma escolha verdadeiramente inteligente em tempo de crise. A decisão de deixar de ceder sacos de plástico gratuitamente surgiu inserida numa política de sensibilização dos clientes para a importância da reutilização dos sacos. O governo espera arrecadar 40 milhões de euros no âmbito da reforma de fiscalidade verde e para ser cumprida esta meta cada consumidor terá de consumir 50 sacos por ano, um número bem sensato quando comparado com os 466 consumidos, per capita, anualmente.


Por isso, por favor, quando for às compras não se esqueça de levar sempre na sua carteira pessoal ou na bagageira do carro, pelo menos um saco reutilizável ou reciclado. Evite acrescentar sacos de plástico à sua lista de compras porque serão, pelo menos, mais dez cêntimos (desnecessários) na fatura final. Seja amigo do ambiente e da sua carteira porque é dinheiro que, no fim de contas, já não acaba por ir parar ao lixo.



Andreia Lucas

20 anos
Marinha Grande
Estudante de Comunicação Social Educação Multimédia

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Às Quartas com os Outros - Parte 2

Continuação…

Mas antes da visita, quero contar-vos que, durante os longos meses que falávamos, ele tentava fazer-me ciúme com outras raparigas, igual ao que parecia sentir com os meus amigos. Uma delas, eu conhecia. Tinha trabalhado comigo e, então, tentei falar-lhe para que não caísse no mesmo enredo, porque já bastava eu, e a história estava a complicar-se. No entanto, uma vez que eles já tinham conversado virtualmente os dois, antes da minha abordagem a ela, quem passou por ciumenta fui eu, e vi-me na impossibilidade de avisar a pessoa, que devia ter cuidado com ele. Ou seja, ela não acreditou na palavra de quem conhecia (eu) e acreditou na palavra de alguém que só conhecia virtualmente (ele; mas quem era eu com aquela moral)
Adiante… chegámos ao hospital, tentámos visitar a pessoa, a qual eu sabia nome completo e contato. Dei o nome na receção, completo, repartido, em metades e….  o nome não constava na lista de internamento nem em outra lista qualquer do hospital! Pediram-me o contacto, o qual eu dei de imediato e, na base de dados daquele hospital particular, aquele contacto pertencia a uma mulher!
Sim!! Aí fez-se luz! O nome era da melhor amiga dele que, por sinal é a única que eu conheço em carne e osso (apesar de ser apenas de vista), e que mora relativamente perto de mim, e que é… LÉSBICA!
Isso mesmo… descobri então (juntando várias peças da história, que não foram fazendo muito sentido ao longo do tempo) que durante meses fui enganada por uma lésbica que, com um esquema muito mas MUITO BEM montado me enganou a mim, e às pessoas à minha volta! Não existiu rapazinho, nem existiu doença nenhuma! Existia apenas uma mulher frustrada, segundo soube depois, por a última companheira ter falecido de leucemia, e por a mãe também sofrer de cancro.
A minha família, inclusive pais, foram igualmente abordados virtualmente por ela, fazendo-se passar por ele, a pedir justificações do meu afastamento e desaparecimento, justificando que o meu apoio era crucial para o bem-estar dele, devido à fase terminal da doença em que se encontrava!
Toda a gente, que de início não teve conhecimento, se emocionou com a abordagem que foi feita por ele, a lamentar-se da sua triste vida e do meu afastamento!

Felizmente que os meus pais, família e amigos chegados me ajudaram depois a sair desta história que parecia nunca mais ter fim… foi jogo muito baixo daquela lésbica doente mental (e atenção que nada tenho contra orientações sexuais).
Descobrimos posteriormente que as contas de facebook falsas dela são mais de 10, e que se deu ao trabalho de criar uma rede falsa de amigos com fotos de outras pessoas (que também descobri a origem, posteriormente), para tornar esta história credível a quem ela tenta enganar! E o que importa para ela, é que consegue! Porque a pessoa de quem utiliza as fotografias tem efetivamente uma doença, e as fotos que ele posta nas redes sociais em hospitais e etc, são utilizadas por ela para enganar pessoas!
E hoje, sempre que tento alertar alguém que eu sei que está a ser vítima dela com o mesmo esquema, chamam-me doida! Tal não é a credibilidade daquele perfil e a persuasão das suas palavras!
Tive vergonha, durante muito tempo que tal me tivesse acontecido, mas o meu pai sempre me disse que não devemos nos envergonhar se agirmos de consciência tranquila e de coração cheio!
E eu que pensava que estas coisas… só em filmes!

Ela anda por aí, meninas, e bem perto de algumas de vocês! Eu sei quem é, e tenho provas disso comigo, e outra coisa importante também comigo… e do meu lado: a polícia! ;)





Joana Chambel
26 anos
Ponte de Sor
Educadora Social

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Às Quartas com os Outros - Parte 1

Tenho que vos contar uma história! Não que ela seja agradável de se ouvir, ou que eu tenha orgulho nela, mas cheguei à conclusão que mantê-la em segredo não vai ajudar ninguém. E sim, sendo eu uma pessoa desconfiada, tenho até vergonha que tal situação me tenha acontecido. Mas bom… isso só prova o quanto eu fui muito bem enganada!
Há uns tempos atrás, fui abordada por um amigo virtual, que já seria amigo há bastante tempo. (Amigos daqueles que não conhecemos, mas que andam por aqui, e não deviam… Bom, adiante…) Terá estado numa mesma festa que eu, e resolveu vir dizer-me isso mesmo, por msg, no facebook. E sim, eu até tinha a sensação de ter visto aquela pessoa ou muito parecido nessa mesma festa, e a pessoa que estava comigo (que por acaso era a minha mãe) também.
Pelo que sei agora, isso terá sido apenas um pretexto muito bem elaborado para se começar um grande filme…
Esse amigo, ao que me pareceu de início, precisava de alguém a quem contar os seus problemas. Então, começou por me contar, que era vítima de uma das doenças mais preocupantes deste mundo, a leucemia. Uma história que me emocionou bastante!!
Tinha um filho, pequenino, com o qual tentava passar mais tempo possível, uma mãe que era o seu suporte emocional, e um irmão um tanto ou quanto desequilibrado.
Em pouco tempo, soube a história da sua vida, a qual as suas fotografias e amigos de facebook confirmavam. Não havia margem para dúvidas que seria uma fase difícil da vida daquela pessoa. Tratamentos, viagens ao estrangeiro, dias sem levantar da cama, outros tantos dias inconsciente (nos quais os amigos estavam sempre presentes, e me tentavam avisar, por msg no facebook, através da sua conta pessoal).
Ora eu, senti-me numa posição também delicada, e tive mesmo pena daquela situação. Pensava que as pessoas não mereciam tamanho sofrimento! O tempo foi passando, e tornei-me um apoio emocional, um suporte de força para ele… com o qual eu não me importava muito, e sempre pensei que fazia o correto: tentar ajudar aquela pessoa a atravessar um momento mau da sua vida.
No entanto, a simpatia dele foi se alterando e começaram a surgir exigências! Apercebi-me que, talvez a doença lhe pudesse estar a consumir o perfeito juízo! As conversas que tentava ter de apoio para com ele, já não funcionavam, e havia jogo emocional da parte dele, para tentar controlar toda a minha vida!!
Amigos meus que deixaram de ser amigos, por causa de msgs que recebiam dele com histórias inventadas que faziam com que essas pessoas se afastassem de mim. Ciúmes? Sim, teria ciúmes dos meus amigos que conhecia virtualmente… os quais fez de tudo para afastar de mim! Com alguns, resultou, com outros não foi bem assim! Ainda assim, perdi pessoas importantes….
Importa salientar que, devido à doença dele, nunca houve possibilidade de nos vermos pessoalmente, havia um suporte emocional à distância, que eu tentava dar àquela pessoa, que eu e a minha mãe tínhamos a sensação de ter visto naquela tal festa…
Bem, a história começou a tornar-se demasiado complexa, e fui persuadida a dizer coisas que nem por isso queria dizer, ou fazer, porque caso contrário “não me importava com o bem-estar dele, nem em fazê-lo sentir-se melhor, e nem sequer queria saber se ele estava a morrer” (palavras dele). E, sempre que tentava um afastamento, lá vinham os amigos virtualmente dizer-me que ele não estava bem, e que eu tinha que continuar a prestar-lhe o mesmo apoio, sob risco de ele falecer em breve como se esperava, e o peso de consciência sobrasse para mim. E pronto, lá tentava eu que o rapaz estivesse bem, e que pelo menos o fim de vida dele, não fosse um peso pra mim. Eu só queria ficar com a consciência tranquila, e transmitir-lhe coisas minimamente agradáveis até ao fim da sua vida.
Ao fim de algum tempo (meses depois), o seu estado de saúde complicou-se demasiado, tendo inclusive ido para Alemanha para tratamento, onde a sua mãe terá falecido de acidente de viação! Mais um desastre! Mais uma conversa, um apoio, uma tentativa de transmitir apoio e força… mas não foi fácil. Ele só tinha a mãe que o apoiava e que tomava conta do filho dele…
Alguns dias depois do suposto funeral da mãe, ele terá sido submetido a mais uma cirurgia, a fim de tentar recuperar as funções hepáticas, mas sem muito sucesso. Já não teve saída hospitalar, e o internamento foi se mantendo por muito tempo…
Resolvi visitá-lo, então, para o conhecer, e assim me despedir dele! Avisei-o que ía no sábado seguinte e, segundo ele disse, os médicos deram autorização que recebesse a minha visita no hospital.
Pedi a companhia de uma amiga que sempre soube da história desde início, e lá fomos para Lisboa, para a visita…..

Não percas o próximo episódio (amanhã), porque nós também não! 


Joana Chambel
26 anos
Ponte de Sor
Educadora Social


quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Às Quartas com os Outros

Encerrar um local público às horas corretas

Decidi escrever pela primeira vez no blog “D’as (minhas) Marias um dos episódios mais insólitos que me aconteceu até hoje. 

Não sou muito de ir a cemitérios, acredito que ninguém seja, mas as vezes tem de ser. O facto é que estava  ontem no cemitério local com a minha prima, quando nos apercebemos que o senhor que supostamente “trabalha” lá, parecia estar com muita pressa (devia estar farto de ter tempos mortos, não percebi muito bem ahahah). Estranhamos, por que supostamente o horário de fecho é às 18h e ainda faltava meia hora.

Continuando...
Por volta das 17h40, estamos a ir em direcção ao carro, quando nos cruzamos com uma senhora ainda dentro do cemitério. Já na rua fomos interpelados pelo dito senhor, que pergunta: “oh menina estes carros são seus?”, isto porque estavam dois carros estacionados à frente da entrada, o meu e de mais alguém. Mas aproveitei o momento e perguntei lhe “mas olhe isto não fecha às 18h00????” – “ah sim, mas as vezes lá calha mais cedo”.  O senhor ficou visivelmente danado como a minha resposta negativa, mas virei costas e entramos no carro para ir embora.

No momento em que estou eu a fazer a minha bela manobra de inversão de marcha (ainda bem que a fiz devagarinho), vejo um ser (coitadinha da Senhora) agarrada as grandes do portão FECHADAAAAAAAAAA LÁ DENTRO. A senhora estava em pânico (não é difícil perceber o porquê). 

Saio eu do carro, ainda incrédula com a situação, e tento acalmar a senhora. Quando me aproximo dela, percebo que, para melhorar, ela é surda muda. Deixo-a por breves instantes e tento encontrar a bestinha do SENHOR TRABALHADOR QUE LHE PAGAM PARA ESTAR ALI, E SEGUNDO HORÁRIO É DAS 08H00 ÀS 18H00.  

O senhor, que tinha ido embora mas que não devia estar longe, volta  transtornado. Aproxima-se, a gritar desalmadamente porque, segundo ele, fartou-se de chamar a senhora e que ela não lhe havia respondido (adivinhem lá porquê). Assim que percebi que o senhor tinha fechado a porta do cemitério, mesmo sabendo que estava lá uma pessoa dentro e que estava prestes a anoitecer, fiquei possessa da minha vida! “OLHE, CLARO QUE ELA NÃO LHE RESPONDE, A SENHORA É SURDA MUDA ,O SENHOR QUER MILAGRES? ACHA BEM FECHAR ISTO ANTES DO HORÁRIO DE FECHO, AINDA POR CIMA SABENDO QUE ESTAVA LÁ UMA PESSOA????"

Não é difícil imaginar a aflição da senhora! Assim que os portões foram aberto percebia-se que estava a tentar agradecer-me, ao mesmo tempo que apontava para o relógio. E como é óbvio tinha razão, visto que eram 17h45.

Se não tivesse tão chateada perguntava se aquilo tinha sido para os apanhados, mas agora pergunto será que o senhor mudou bem a hora???? Ou será do género  “Ah e tal, vamos fechar mais cedo que já estou farto de aturar esta gente”. Se alguém souber onde posso fazer uma reclamaçãozita diga.

Obrigada


 


Mariana Fontes
24 anos
Pombal
Assistente Social