Hoje vou contar, como foi fantástica a minha entrada na maioridade!
Durante muitos anos, imaginei como é que seria esse dia. Sonhava tirar a carta, votar, ter uma festa muito animada, cheia de pessoas, música , um carro topo de gama como presente, famosos, basicamente do género daquelas que davam no programa da MTV Sweet Sixteen. Ok, estou a brincar, Era mais uma jantarada e depois ir para a disco dar um pézinho de dança.
Mas o que me calhou na rifa foi exatamente o contrário. Ora portanto, vou passar a contar.
Naquela altura, andava no 12º ano e como estava num curso tecnológico, decorria o meu estágio, numa creche/jardim de infância.
Logo no primeiro dia (meio de fevereiro), a educadora com quem tinha ficado, perguntou-me se alguma vez tinha mudado alguma fralda. Respondi-lhe que só a dos nenucos (sou das mais novas da família, por isso nunca pude desfrutar da experiência com primos mais novos).
Como me encontrava na sala dos 2/3 anos, depois da hora da sesta, era normal irmos mudar as fraldas aos babys, ou mete-los a irem fazer o seu xixi e de seguida iam para o refeitório lanchar (como fazia anos, ia ter direito a bolo). Passaram 3 semanas, e nunca tinha tido o azar de apanhar nenhum cocó.
Até que naquele dia tudo mudou.
Quando o último menino finalmente se levanta da cama, reparei que estava andar de uma maneira um bocado estranha. Então decidi levá-lo à casa de banho, sem nunca me lembrar que aquela alma estava naquela fase de deixar de usar fralda. Até que começo a sentir um odor. Deito-o no fraldário, e pumba lá estava o poop colado às cuecas do menino.
Vou buscar uma muda de roupa limpinha e cheirosa. Qual não é o meu espanto, quando volto a olhar para ele, está ele com os dedos enterrados no seu cocó e a fazer desenhos na parede todo animado. Começo a ficar um bocado atrapalhada, limpo-lhe as mãos com um toalhete e tiro-lhe as cuecas cheias de poop.
Como estava a pega-las pelas pontinhas, aquilo vira-se e cai. Para onde? Para cima de uma das sapatilhas do cachopo que estavam no chão. Já a começar a stressar a sério, começo a ouvir alguém a chamar-me do refeitório, já estavam todos lá e queriam-me cantar os parabéns.
Lá digo para esperarem um bocadito e toda nervosa pego em papel para tirar aquilo da sapatilha. Quando me vou a virar para meter o poop na sanita, bato com a mão contra a parede e o papel abre, raspa na parede e acabando por cair em cima da tampa do caixote do lixo. Começo a ficar com os olhos cheios de água, por já ter toda a gente a chamar-me e estar tudo a correr mal, até que aparece a minha amiga que estava a estagiar comigo (parecia um anjo vindo dos céus), para ver o que se passava. Olha à volta, abre os olhos e a boca e passado uns segundos, diz-me: Vai lá cantar os parabéns, que eu acabo isto...
Lavei rapidamente as mãos, dei-lhe um abraço e lá fui, apagar as minhas 18 velas.
Sem comentários:
Enviar um comentário