Origem das expressões - Parte 2

Como tinha prometido, cá vai a segunda parte da origem de mais umas quantas expressões que conhecemos (a primeira parte está aqui).

1- QUEM NÃO TEM CÃO, CAÇA COM GATO

Na verdade, esta expressão ao longo dos anos sofreu algumas alterações.  Nos primórdios da sua existência dizia-se "quem não tem cão, caça como gato", ou seja esgueirando-se astutamente, traiçoeiramente, ou caçando sozinho, tal como fazem os gatos.

2 - PIOR CEGO É O QUE NÃO QUER VER

Em 1647, na cidade Nimes (França), o Dr. Vicent de  Paul D'Argent realizou o primeiro transplante de  córnea, num aldeão chamado Angel. Na altura foi um sucesso, menos para o pobre Angel, que assim que passou a ver como era o mundo na realidade, ficou horrorizado. Então pediu ao cirurgião para lhe arrancar os olhos. Depois de o caso passar pelo tribunal de Paris e no Vaticano, lá conseguiu ganhar a causa, entrando para a história como o cego que não quis ver.

3 - A PENSAR NA MORTE DA BEZERRA

Esta história vem das tradições hebraicas, onde os bezerros eram sacrificados a Deus, como forma de redenção dos pecados. 

Um dos filhos do rei Absalão era muito pegado a uma bezerra que foi sacrificada. Assim, depois da morte do animal, ele passava a vida a lamentar-se e a pensar na morte da bezerra.

4 - GUARDAR A SETE CHAVES

No séc. XIII, os reis portugueses guardavam as jóias e documentos importantes da corte num baú que possuía quatro fechaduras, sendo que cada chave era distribuída a um alto funcionário do reino. Portanto, eram apenas 4 chaves. Graças ao valor místico que o número 7 carrega, o termo "guardar a sete chaves" era utilizado para designar que algo estava muito bem guardado. 

5 - OK

Existem várias teorias relativamente a esta expressão. Vou apenas dar uma das que são conhecidas. Apesar de ser uma expressão americana, é mundialmente conhecida para dizer que algo está bem. A sua origem vem da Guerra da Secessão. Quando os soldados regressavam para as bases sem nenhuma baixa, escreviam numa placa "0 killed" (0 mortos), expressando a sua satisfação, surgindo assim o OK que conhecemos.

6 - VAI TOMAR BANHO

Depois das Cruzadas, como consequência dos contactos comercias, o europeu contagio-se com sífilis e outras doenças transmissíveis, desenvolvendo medo ao banho e horror à nudez, agradando à Igreja. Pobres dos índios, que não conheciam nenhumas dessas doenças e tomavam banho assiduamente no rio, e até usavam folhas de árvore para limpar os seus bebés e as redes onde dormiam. Já os portugueses tresandavam,  não só pela falta de banhos, mas também por raramente mudarem e lavarem as roupas, o que causava uma enorme repugnância aos índios. Então, quando já estavam fartos de receber ordens, mandavam-nos ir mas é tomar banho.

Fim