“Anos 90”
Anos 90! Uma década espetacular, a década da minha infância,
a década que deu a conhecer ao mundo o Iran Costa, uma década em que íamos
todos contentes para as escolas e brincávamos no recreio e não existia bullying,
se algum miúdo se metesse comigo ou gozasse comigo eu respondia logo, “quem diz é quem é” ainda hoje alguns advogados utilizam esse argumento em tribunal. A
escola primária ou era de manhã ou de tarde, ou seja, existia uma parte do dia
livre para podermos brincar, sim, brincar! Naquela altura saía-se de casa e
andava-se de bicicleta, não existia facebook e graças a Deus não existia Hi5,
as crianças tinham contacto humano umas com as outras, para não falar que se
sujavam na rua sem os pais se preocuparem se se ia apanhar alguma doença.
Os
anos 90 foram marcados por péssimo gosto em música, em televisão, basicamente o
que acontece hoje em dia, mas elevado ao quadrado, se querem saber o que
traumatiza uma criança bastava pô-la a ver o Big Show Sic (saudades do macaco
Adriano).
Os programas infantis eram apresentados por palhaços bêbedos e que
andavam à porrada, sim, durante a tarde e de manhã antes de ir para a escola, a
televisão transmitia desenhos animados, ou então ficávamos a saber que começou
no A e a seguir vinha o E e depois disso vinha uma carreira musical com 500
géneros musicais e nenhum parece “encaixar”, quando isso acontece é porque se
calhar não temos jeito para a música, digo eu. Hoje em dia, antes de as crianças irem para a escola o que vêem? O seu
futuro nas cartas de tarot. A RTP transmitia os jogos sem fronteiras, sem medo
se as crianças os iriam recriar na escola, (ainda me dói o joelho) mas de tudo o que se transmitiu nessa altura, nada foi tão marcante como “Drangon Ball”, desenhos animados que só poderiam ser
transmitidos nos anos 90, ou para pessoas adultas que tenham nascido nos anos
90. Obrigado Sic Radical! Até as boys band dessa altura eram muito mais cool do
que as de agora, Backstreetboys, Nsync, os One Direction fazem com que estas
bandas sejam icónicas, até as Spice Girls eram mais homens que eles. Em
Portugal tínhamos os Excesso, que, como o próprio nome indica, eram demais para
os nossos ouvidos, mas ao mesmo tempo tinham um charme irresistível, os
Millenium, que já chegaram um pouco mais tarde, mas ainda a tempo de pertencer
ao grupo ilustre de boys band Portuguesas que só tinham uma coreografia para
todas as músicas.
Esta foi a ultima grande década para se criar e educar
crianças, os pais iam trabalhar e as crianças ficavam sozinhas em casas e no
dia seguinte a segurança social não fazia uma visita, os pais batiam se
necessário nos filhos e não eram acusados de violência a menores, os alunos
tinham respeito pelos professores, os telemóveis podiam ser utilizados para
telefonar a pessoas ou construir casas, a Britney Spears era virgem e o Ricky
Martin não era gay, o Titanic pôs toda a
gente a chorar e a musica da Celine Dion também (de tão má que era).
Foi uma época maravilhosa, que me marcou, uma época em que
cresci e me sinto orgulhoso de dizer que graças a essa época temos uma música
para dançar nos casamentos, Macarena!
Nessa altura perder um jogo de tazos era
o pior que nos podia acontecer, isso e se chovesse o que significava que
tínhamos de ficar em casa, mas não era o fim do mundo porque tínhamos sempre o
walkman para ouvir umas musiquinhas.
Tempos maravilhosos:)
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